A Justiça de Mato Grosso do Sul condenou o ex-goleiro Bruno a pagar R$ 650 mil por danos morais e materiais ao filho que teve com Eliza Samudio, morta em 2010. O valor foi calculado baseado no salário mínimo da época, até Bruninho, hoje com 12 anos, completar 25. A defesa do ex-atleta disse ao UOL Esporte que vai recorrer da decisão.
Bruno foi condenado em 2013 a 22 anos de prisão pela morte de Eliza, modelo que ele conheceu na época em que jogava no Flamengo. Hoje, o ex-goleiro cumpre o restante da pena em regime domiciliar. Ele afirma estar vivendo em dificuldades financeiras e diz que precisa da ajuda de amigos para sustar as próprias contas. Em agosto, Bruno teve um pedido de prisão decretado por não pagar pagamento de pensão a Bruninho, mas conseguiu se livrar da cadeia após fazer uma vaquinha e quitar a dívida de R$ 90 mil.
Sonia Moura, 52 anos, avó de Bruninho, afirma não ter ódio do ex-goleiro do Flamengo e diz que o dinheiro que espera receber é para investimento do neto. Segundo ela, o menino sonha em jogar futebol. Hoje, avó e neto vivem da ajuda de amigos para pagar as contas.
“Dinheiro nenhum traz o bem mais precioso que é minha filha de volta. Sei que muitas pessoas vão descer a lenha em mim por causa do processo, mas foi uma coisa que eu fiz pensando nele. Não sei quanto tempo de vida eu tenho, e o Bruninho só tem a mim”, ela chora.
A mãe de Eliza conversou com Universa minutos após sair do cemitério, onde foi visitar o túmulo do marido, morto há seis meses vítima de parada cardíaca. Eles viveram juntos por 26 anos. Ela comparou a situação com a morte de Eliza, cujo corpo nunca foi encontrado.
“Toda vez que eu o visito, a sensação é que um pedacinho meu ficou lá. Mas é diferente quando você pode se despedir de alguém, porque hoje faz seis meses que ele morreu e parece que tem anos. Já a morte da Eliza parece que foi ontem.”
Enquanto a avó passou pelo cemitério, o neto estava na escola. “O Bruninho é um divisor de águas na minha vida, porque através dele conheci o amor e aprendi a superar a mágoa e o ódio —sentimentos que não temos pelo Bruno. Ele diz: ‘Como vou ter raiva do meu pai se não tenho amor?’. Ele é muito maduro e só quero vê-lo feliz.”
Por: Luiza Souto/UOL- Universa, RJ
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