Visando assegurar atendimento e promover atividades direcionadas para o desenvolvimento de sociabilidade junto aos moradores em situação de rua, a Prefeitura da Estância Turística de Ouro Preto do Oeste, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS, através do Centro de Referência Especializado da Assistência Social – CREAS, em conjunto com a Unisp e Polícia Militar, realizou a terceira ação de abordagem.
A ação ocorreu nesta terça-feira (02/08) em vários pontos da cidade, resultando no acompanhamento de cinco moradores em situação de rua, inicialmente direcionados a Unisp, onde a equipe coordenada pelo delegado de Polícia Civil, Nick Locatelli, realizou a identificação de todos eles. Após a checagem, não foi detectado nenhuma procedência criminosa dos abordados, tendo os mesmos sido liberados para posterior acompanhamento.
Os profissionais do CREAS, disponibilizaram kits de higiene pessoal a cada um, com o que os mesmos tomaram banho e receberam novas roupas. Na acolhida, realizaram a escuta qualificada de cada caso, com o intuito de orientar e tomar medidas que favoreçam a ressocialização dos mesmos junto aos familiares e ou tratamento em centro de recuperação para dependentes químicos.
Durante as abordagens, também foi promovida a panfletagem de folders, com o objetivo de conscientizar a população da não entrega de esmolas, pois a esmola favorece a permanência de pessoas nas ruas em situação de risco de morte, além de estimular o consumo de álcool e drogas, aumentando a violência social, exploração infantil e sexual.
Resultado da ação
A assessora especial da SEMAS, Geany Oliosi, detalhou que, dos cinco moradores em situação de rua abordados, apenas um demonstrou interesse em retornar para a cidade onde residem seus familiares, sendo o mesmo conduzido até Ariquemes. Outros quatro são de Ouro Preto do Oeste, sendo que dois deles possuem residência fixa na cidade de Ouro Preto do Oeste; um junto aos filhos e o outro paga aluguel e mora só, no entanto os dois ficam o dia todo na rua pedindo esmolas em frente a pontos comerciais.
Geany frisou que a equipe do CREAS orientou os dois, explicando que esmola não proporciona uma vida digna. Na sequência, ambos retornaram para suas respectivas residências, onde terão continuidade no acompanhamento com visitas a auxiliá-los na superação de suas fragilidades.
O quarto abordado, de acordo com a assessora especial, chegou à situação de morador de rua devido à dependência do uso de álcool e, para agravar, atualmente está com dificuldade parcial de locomoção. Mesmo possuindo familiares residindo no município e que demonstram interesse em ajudá-lo a superar a atual situação, ele não demonstra nenhum interesse, sob a alegação de que quer liberdade e prefere viver na rua com ajuda de esmolas.
Esmolas essas que, segundo Geany, além de manter o vício, também infelizmente dificulta o trabalho da equipe para a recuperação do mesmo. No dia da abordagem, ele retornou para a casa de sua ex-esposa, a qual se prontificou a ajudá-lo no que for preciso durante o acompanhamento da equipe do CREAS.
Com relação ao quinto morador de rua, este demostrou interesse em retornar para tratamento em um centro de recuperação. A equipe do CAPS tentou promover o retorno do tratamento, porém não foi possível em razão de que o mesmo já havia sido expulso da instituição e, conforme o regimento interno do local, não poderia retornar. Diante da negativa, os profissionais do CREAS estão averiguando outras possibilidades de proporcionar a assistência ao mesmo.
Segundo a coordenadora do CREAS, Lindalva Anadão, os motivos que levam a pessoa a estar em situação de rua são vários e os fatores principais na maioria das vezes são: alcoolismo e ou uso de drogas, problemas de saúde mental, desemprego, conflitos familiares (violências e abusos domésticos) e ausência de auxílio aos egressos do sistema prisional.
“A participação efetiva da população gera mudanças e demonstra que o problema é nosso, da sociedade em geral. O desenvolvimento da autonomia das pessoas de rua e a valorização dos direitos humanos mostram que podemos contribuir com cidadania e não com esmolas. Nós da Assistência Social queremos oferecer oportunidades reais e garantir os direitos da população em situação de rua, o que vai muito além do assistencialismo e voluntarismo. Lindalva assessora especial.
A assessora especial parabenizou toda a equipe da Semas e do Creas pelo trabalho e agradeceu o apoio e a parceria da Polícia Militar e da Unisp, através do delegado Nick Locatelli. “Esta ação é de grande importância e busca a perspectiva de fortalecimento de vínculos interpessoais e ou familiares, oportunizando a construção de novos projetos de vida para os moradores em situação de rua”, finalizou Geany. *(Com informações da assessoria de comunicação da Semas e Creas).
Por: Gazeta Central
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