A Interpol – Rede Internacional de Polícias – elegeu nesta terça-feira (25) o delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza como o novo secretário-geral do órgão. Responsável pela parte operacional do organismo, na prática, ele passa a comandar a rede.
A Interpol – rede internacional de polícias – elegeu nesta terça-feira (25) o delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza como o novo secretário-geral do órgão. Responsável pela parte operacional do organismo, na prática, ele passa a comandar a rede.
A eleição se baseou no processo em que os países que compõem o comitê executivo da organização (13 países) se reuniram hoje para avaliar dentre os candidatos que foram apresentados o nome que o comitê entende que é o mais adequado para liderar a organização nos próximos cinco anos. O placar ficou com 8 votos ao brasileiro e 3 votos ao concorrente, um inglês.
Segundo apuração da âncora da CNN Tainá Falcão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou a chefes de Estados dos países que compõem o comitê para falar sobre a eleição, e que “entrou de cabeça” nas negociações para eleger o delegado Urquiza. No ano passado, Flávio Dino, então ministro da Justiça, também fez interlocuções.
Em entrevista à CNN em novembro do ano passado, o delegado Urquiza defendeu que este é o momento de a chefia da organização de polícias internacionais ser de um investigador que não seja da Europa ou da América do Norte.
“A organização completa 100 anos e sempre os mesmos cinco países dirigiram a organização. Quatro da Europa e um da América do Norte. Nós entendemos que é o momento de trazer um pouco mais de diversidade, de outras regiões do globo para contribuir na organização”, disse.
O investigador também detalhou o que faz o secretário-geral da Interpol: “o modelo da organização copiou um pouco o modelo de uma empresa privada de capital aberto. Então você tem uma assembleia-geral, que é formada pelos países membros da organização, e que cada país tem um voto, e ali são tomadas as decisões estratégicas da organização.
Ao mesmo tempo, estabeleceu um comitê executivo, que seria o equivalente a um conselho de administração, que dentre as várias funções que exerce tem também a atribuição de indicar o secretário-geral. Esse secretário-geral exerce esse papel operacional a partir da sede em Lyon e tem por missão executar aquelas estratégias que são definidas pelo comitê executivo e pela assembleia-geral da organização e cuidar do dia a dia, direcionando os recursos e as atividades. Uma espécie de CEO de uma empresa”.
Diretor-geral da PF elogia Valdecy
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, elogiou Valdecy e o classificou como um “profissional altamente qualificado e capacitado”.
“A indicação do delegado Valdecy Urquiza para o posto de Secretário-Geral da Interpol representa o reconhecimento, pela comunidade internacional, não apenas da excelência do trabalho da Polícia Federal, como também do papel de liderança da nossa instituição no campo da cooperação policial internacional.
Com o crescimento da criminalidade transnacional, um problema que afeta todos os países do mundo, é fundamental a atuação conjunta e a troca de informações com outras polícias no mundo. Urquiza é um profissional altamente qualificado e capacitado. Essa indicação é uma vitória para nosso país”, declarou Andrei Rodrigues.
Itamaraty diz que eleição reflete combate do governo ao crime organizado
Em nota, o Itamaraty afirmou que a escolha de Valdecy “reflete a alta prioridade atribuída pelo governo brasileiro ao combate ao crime organizado”. “Representa, ademais, o reconhecimento, pela comunidade internacional, do profissionalismo e da competência da Polícia Federal brasileira no enfrentamento à criminalidade, bem como de sua relevante contribuição ao trabalho da Interpol”, disse o Itamaraty.
“A exitosa campanha pela eleição do brasileiro Valdecy Urquiza a Secretário-Geral da Interpol foi fruto de estreita coordenação entre a Polícia Federal, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Justiça e Segurança Pública”, acrescentou o órgão.
Por: Elijonas Maia, Tainá Falcão/CNN-Brasília
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